Poesias de José Vicente Lopes


ANTOLOGIA
DRUMMONDIANA

A vida – sabemos – vai mal
A morte – coitada – nada tem a oferecer-nos de novo
Por isso
         faz um poema josé
         faz um poema suzana
         faz um poema tomé
         faz um poema ana
faz um

ROSA DOS VENTOS

O vício se alastra noite dentro
e a cidade se rende ao rumor de vozes
Todavia não era mais este o tempo sombrio
em que cada um se fecha dentro da sua dor
ou finge sorrir dentro da falsa alegria
Contornado o vazio da memória
apenas os pássaros enlouquecidos buscam agora
o rumo perdido da rosa dos ventos. 

O DOM

Defronte à matriz do tempo
interrogo uma vez mais as noites
através da fala irônica dos loucos
ou do sorriso ingênuo dos filósofos 

BIZÂNCIO

Foi por muito tempo um sonho ou um desejo
a cidade dourada onde o tempo inexiste
e a felicidade perdura para além dos dias
iluminados. Porém W. B. advertira já
that is no country for old man
Ou seja, não há nesta quimérica geografia
moeda de troca entre a inocência e a maturidade
E por conseguinte o que quando jovens enamorados
julgamos sentir nada mais é na verdade
do que ilusória e breve felicidade

TOTENS

Certos homens para provarem o seu amor a Deus
constroem catedrais, mesquitas, sinagogas
Outra classe estranha, a que pertence
o poeta cansado, olha para o passado
e sorri ao lembrar-se das resmas gastas
louvando paixões que deram em nada
O engenheiro olha as construções
e pergunta se terá garantido a salvação
o poeta o direito à imortalidade 

Achar em: http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_africana/cabo_verde/jose_vicente_lopes.html 
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Autor Unknown

Aluno(a) do IFBA - Campus Santo Amaro.

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